domingo, 13 de maio de 2012

LÁGRIMAS NA CHUVA

“Todos esses momentos se perderão no tempo, como lágrimas na chuva.” - Pitt, o replicante de Blade Runner.

Quando te foste, mãe, chovia também como no filme que vi. E cada pingo era uma faca, e me cortava, multiplicando minha dor.

Tão cedo, mãe, nem tive tempo de te dizer do meu amor contido, da gratidão por teres me trazido pela mão, confiando em mim, até ali.

Queria ter o verso mais perfeito, a palavra mais linda p’rá te declarar minha saudade.

Fica o consolo de saber-te, embora finda, cumprida na missão de nos criar.

Flores, mãe, trago-te flores várias; tardias, sei, mas sinceras.

E p’rá não pensares que inda ando triste nasceu teu neto p’rá alegrar a gente. Quando ele entender vou lhe dizer, então, que eras formosa, embora solidão.

Teu olhar longe vive agora em mim, Vou te lembrar até que chegue o fim.

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