sábado, 9 de abril de 2011

BUCÓLICA

Passado tanto tempo, pensei de novo em ti,
em como era verde o vale contigo.
O riacho corria mais suave,
as flores perfumavam mais o ar
e até o sol parecia celebrar nossa união.
Eu te amei. Ah, e tu me amaste, eu sei.

Mas veio o vento forte e nuvens negras e trovejou
e choveu muito em meio a nossa manhã de sol.
As flores foram arrancadas,
o riacho ficou turvo e, quando clareou,
tinham morrido todos os peixinhos.
O vale ficou triste
e a gente nunca mais se viu.

Agora os dias passam lentos,
as horas se arrastam, intermináveis,
a paisagem não tem cor.
O tédio, às vezes, me corrói.

Precisava sair desse marasmo
e ver nascer uma manhã de luz.

E os campos seriam verdes de novo
e os dias azuis, as tardes mornas,
e o riacho alegre, as flores cheirosas,
e a gente riria muito, de mãos dadas.

Um comentário:

  1. Poema bonito, Moisés! Cheio de imagens de inverno no amor. A poesia nos salva, ainda bem.

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